Uma boa experiência de viagem pede atenção a todos os detalhes. Quando viajamos em grupo, então, esse pedido parece redobrar, a começar pela hospedagem. No meio de 2014, minha família (de cinco pessoas: pai, mãe, eu e duas irmãs) decidiu passar o final do ano na europa, visitando, principalmente, Paris.
Por questões geográficas e imobiliárias, as opções de hotéis na capital francesa costumam se reduzir a um pequeno quarto e um preço altíssimo, não necessariamente na localização ideal. Imagine acomodar cinco adultos com necessidades diferentes durante 15 dias de estadia… Depois de algumas pesquisas, descartamos quaisquer hipóteses de hotéis e resolvemos nos aventurar pelo mundo mágico do Airbnb. Se você ainda não conhece, o Airbnb é uma “rede social” de aluguel de casas e apartamentos, sem qualquer vínculo com hotéis. Algumas pessoas ainda tem um certo preconceito com a rede que conecta hóspedes e anfitriões por todo o mundo, mas nas circunstâncias do bolso, nos pareceu a única opção viável.
Assim, começamos uma intensa pesquisa, avaliando quais aspectos deveriam ser levados em consideração. Abaixo, listo alguns deles que foram essenciais na hora de bater o martelo e pegar as chaves do “nosso” apartamento parisiense:
1- Localização
Talvez essa tenha sido o fator mais decisivo na hora de escolhermos. Paris é uma cidade costurada por linhas de metrô que levam você a praticamente qualquer lugar. Você nunca está a mais que alguns quarteirões de uma estação, é maravilhoso! Mas ainda assim, saber quais os pontos da cidade que você irá visitar e dar uma olhada nas conexões que terá que fazer para chegar lá faz toda a diferença. É claro que ficar nos arrondissements centrais (do 1º ao 7º) é prático – e charmoso, quando você pode ir a pé para a Champs Elysees ou Louvre – mas algumas regiões mais tradicionais e pouco exploradas de Paris nos atraíram para um apartamento de 3 andares, na Rue Cité Voltaire, no 11º arr., uma região livre de muitos turistas, onde conseguimos aproveitar uma experiência realmente parisiense por algumas semanas. Procure por regiões com restaurantes, cafés e supermercados por perto. Quando você fica hospedado em uma casa que se torna “sua” durante esses dias, as possibilidades são maiores: você pode passar numa das marchés (feiras) locais e comprar massas, legumes e um pão fresco para fazer a sua própria janta ao invés de ir a um restaurante depois de um dia cansativo andando pelo Palácio de Versailles.
Dica Refresh: alguns bairros para se procurar no Airbnb são: Marais (3º Arr), (Rue Cler) 7º arr, Blvd Voltaire (11º arr).
2- Detalhes
Nem entraremos no mérito do wi-fi, que hoje em dia é tão obrigatório quanto uma cama e um bom chuveiro, mas é importante checar se o local a ser alugado se adequa às suas necessidades. Aceita fumantes? Tem elevadores? (muitos apartamentos em Paris não possuem!) É um apartamento conjugado? Possui acomodações para crianças? Há maquina de lavar e secar? (Para uma viagem de muitos dias, isso é muito importante!)
3- Avaliações
Como toda pesquisa online, as avaliações dos outros usuários são cruciais na escolha. Na foto pode parecer tudo muito lindo, mas e na realidade?
A experiência das pessoas que já visitaram o local te ajudará muito. Particularmente, para esta viagem, prestamos atenção em questões impeditivas como cancelamento de última hora por parte do anfitrião ou muitas avaliações negativas em um mesmo lugar. Por mais que você procure, encontrar um lugar com 100% das avaliações positivas é impossível, pois cada um tem a sua expectativa, mas alguns fatores como a reputação do anfitrião auxiliam na escolha.
4- Antecedência e Planejamento
É senso comum de qualquer um que viaja, mas uma escolha feita com calma e antecedência é o que definirá se suas férias serão de frente para a Torre Eiffel ou no meio da estrada rumo ao aeroporto Charles de Gaulle. Quanto mais tempo você demorar para selecionar algumas opções interessantes e entrar em contato com o anfitrião, mais risco você corre do local ser alugado por outra pessoa – principalmente na época das festas de fim de ano, como foi meu caso. Reserve com alguns meses de antecedência, isso poupará algumas dores de cabeça, tomadas de decisões às pressas, e seu bolso também!
5- O Anfitrião
Tente estabelecer um contato com o anfitrião antes do momento de fechar o negócio. Faça perguntas, questione sobre o comportamento bairro, quais as linhas de metrô próximas, se é seguro andar sozinho à noite de volta para a casa. Crie um breve relacionamento, isso facilitará caso você precise de alguma informação ou auxílio durante sua estadia. Nossa experiência com o Airbnb durante esses dias na europa foi muito boa, especialmente em Paris, em que nosso anfitrião nos indicou motoristas para a viagem de ida e volta até o aeroporto, deu dicas sobre os restaurantes por perto e do quê fazer na noite de ano novo, além de nos receber com uma garrafa de um ótimo Bourdeau.
Paris é uma cidade mágica e, em hipótese alguma, podemos deixar uma estadia ruim estragar a experiência na cidade luz. O Airbnb definitivamente facilita o processo quando sabemos o quê e como procurar, além de publicar frequentemente guias sobre os bairros e editoriais customizados de acordo com os tipos de locais para aluguel (estúdios, sobrados, apartamentos, casas e até barcos!)
Equipe Roteiro Refresh
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