Conquistado ao longo dos últimos anos, o graffiti ocupa hoje um expressivo espaço dentro da arte. Em algum momento, andando por aí, você já cruzou com um deles, mesmo achando que não. Até mesmo um simples desenho na parede pode ser considerado, de alguma forma, um graffiti. Mas não se confunda: graffiti é diferente de pixação, ok? Enquanto o primeiro ilustra pessoas, animais, formas geométricas e imagens abstratas coloridas, ou preto e branco, as pixações são letras que lembram os antigos hieróglifos e que, comumente, são feitas sem a autorização do local pixado.
Talvez o que você não saiba é que, desde os primórdios, os seres humanos buscam formas de se comunicar socialmente por meio de desenhos. Superfícies como os muros e as pedras sempre foram as mais adequadas para isso – primeiro, por serem de fácil acesso (hoje, temos muros espalhados por toda a cidade, assim como os nossos ancestrais encontravam pedras dentro das suas cavernas e em todo o entorno de onde moravam). Além disso, essas manifestações foram feitas para serem vistas, logo, nada melhor que um local exposto e de grande visibilidade para que as suas mensagens sejam bem captadas por quem as vê.
Das pinturas rupestres aos graffitis, centenas de anos passaram, novas técnicas de desenhos foram criadas e, para a nossa felicidade, o número de desenhos encontrados por aí só aumenta.
Nós temos aqui, no Brasil, a cidade que se tornou referência e o nome mais importante da América do Sul em relação ao cenário contemporâneo do graffiti. Hoje, São Paulo hospeda grandes exposições anuais voltadas para esse tipo de arte, além de ter lançado grandes nomes como Kobra, OsGemêos e Rui Amaral. Esses e outros artistas deixaram verdadeiras obras de arte espalhadas pela cidade e nós, do Roteiro Refresh, selecionamos um breve e imperdível roteiro para você conferir alguns graffitis de perto.
“Empena Viva”, no Minhocão, por Nitsche Projetos Visuais.
Pode ser visto no centro da cidade, ali nos arredores do Minhocão. Durante a semana, o elevado ainda funciona como uma das principais vias expressas da cidade, ligando o centro a outros pontos. Por isso, para conseguir ver tranquilamente o grande “Empena Viva”, vá até o Elevado Costa e Silva nos dias em que ele está fechado para carros (todo sábado, a partir das 15h, até às 06h30 da segunda-feira).
A ideia da intervenção artística, que utilizou uma empena como cenário, surgiu da necessidade de reaproveitar esses espaços geralmente não utilizados, resultado de uma mudança no planejamento da construção de prédios em SP.
Foto: João Nitsche e André Scarpa
Os muros da 23 de Maio
Outra via de grande movimento, a Avenida 23 de Maio, que integra o Corredor Norte-Sul, ganhou recentemente enormes paredões coloridos. A ideia da prefeitura é que essa seja a maior galeria de graffitis a céu aberto do mundo – são cerca de 15 mil metros quadrados de desenhos criados por mais de 200 artistas! Vale a visita, mesmo que de dentro do carro, por esse corredor colorido.
Foto: Divulgação
O rosto de Oscar Niemeyer, na Av. Paulista, por Kobra
Uma grande homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer foi feita em uma das avenidas mais emblemáticas de São Paulo, a Avenida Paulista. Próxima ao Shopping Pátio Paulista, na lateral do Edifício Ragi, o painel foi entregue no aniversário de 25 anos de São Paulo e ilustra de forma perfeitamente realista o rosto de Niemeyer. Prepare a câmera fotográfica e o coração: a obra é simplesmente incrível!
Foto: Alan Teixeira
O boneco de lata, na Avenida Paulista, por Rui Amaral
Bem próximo ao painel de Oscar Niemeyer, quase na esquina da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, você poderá ver o gigante boneco de lata feito por Rui Amaral, outro artista renomado. Colorido e lúdico, o graffiti foi feito em 2012 e nasceu de um projeto da empresa GE para deixar a cidade de São Paulo mais bonita. O desenho ganha grande destaque em meio aos edifícios empresariais da avenida.
Foto: Lost.art.br
“Viver, reviver e ousar”, na Igreja do Calvário, por Kobra
Este outro trabalho do artista Kobra fica na Vila Madalena, numa das esquinas da famosa praça Benedito Calixto. O painel “Viver, reviver e ousar” foi feito em 2012, em um dos muros da Igreja do Calvário (muito conhecida pela festa junina que reúne centenas de pessoas todos os anos), e traz uma releitura de monumentos arquitetônicos conhecidos mundialmente como a Torre Eiffel e o Monumento das Bandeiras, em São Paulo.
Não se esqueça de ir visitá-lo durante o dia, de preferência num sábado, quando a feirinha de antiguidades da Benedito Calixto está montada. Pegue um pastel, um caldo de cana e bote as pernas para andar.
Foto: Divulgação
O Beco do Batman, na Vila Madalena
Chegamos ao final do nosso roteiro com uma das vielas mais conhecidas da cidade. O Beco do Batman, como são conhecidas as ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, tornou-se, desde os anos 80, uma verdadeira galeria a céu aberto no coração da Vila Madalena.
Dizem que as ruas do Beco começaram a ser graffitadas depois que algumas pessoas encontraram desenhos do Batman nas paredes. Isso atraiu artistas plásticos de diversos lugares que foram deixando os seus desenhos até que o beco se tornasse o que é hoje – um lugar disputadíssimo por graffiteiros.
Vale a pena levar a máquina fotográfica e preparar o dedo, já que são inúmeros graffitis espalhados.
Foto: José Cordeiro/SPTuris
Foto: José Cordeiro/SPTuris
Equipe Roteiro Refresh
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